15-07-2020
Era uma vez uma menina que tinha mais sonhos que dias do ano.
Queria crescer depressa para ser professora, cantora, escritora, costureira (estilista); queria ser agricultora, pastora e gestora de uma empresa e ainda queria ser voluntária em instituições para crianças.
Aplicava-se para ser a melhor na escola, para demonstrar aos outros (aqueles que faziam troça dela) que um dia ia ser "alguém na vida".
A vida não foi nada daquilo que planeou. Cresceu e percebeu que não podia fazer tudo, até porque lhe faltava jeito para tantas coisas. Cresceu e percebeu que há escolhas que são dificeis, mas tem de ser feitas, e isso vai alterar o rumo das coisas. Cresceu e descubriu coisas novas, novos gostos, novos motivos para aprender e lutar.
Ainda não conseguiu "ser alguém na vida". Não do jeito que ela tinha pensado. Mas conseguiu ser alguem na vida de algumas pessoas, e conseguiu encontrar pessoas que são alguém muito especial na sua vida.
Com o tempo aprendeu a seguir a sua vida, nem sempre pelos caminhos que queria, mas pelos caminhos que se iam abrindo. Adaptou-se aquilo que tem, sabendo que não tem tudo o que quer, mas tem tudo o que precisa para ser feliz.
Nunca esqueceu aquilo que a fazia acordar todos os dias quando era menina. Aqueles sonhos, apesar de muitos, ainda a fazem sorrir e se tiver oportunidade, gostava de experimentar fazer um pouco de cada coisa (menos os ligados á musica).
Hoje, alguém disse a essa menina que podia realizar mais um dos seus sonhos. Mas, porque já não é menina, esse caminho inclui tomar decisões dificeis e obriga a sacrificios e riscos que não "estão cobertos".
A menina está feliz. A mulher tem medo!