Há vários anos alguém informou-me, com o tom sábio de quem vê mais longe, que o caminho a seguir deve ser sempre aquele que parece mais longo, porque o caminho mais curto é o que tem mais obstáculos.
Lembro-me muitas vezes dessa conversa. Percebo o quanto está certa...
Aquilo que eu quero (há muito tempo) é ter o meu próprio negócio.
Criar o meu trabalho é um sonho que vai sendo adiado. Já pensei em vários negócios. Todos eles ligados à vida rural, pois é aqui que eu gosto de estar.
Tenho sempre posto as minhas ideias de lado e seguido por caminhos que me parecem menos arriscados...
O resultado? O resultado é ver outros a erguerem empresas com ideias iguais às minhas e eu sempre a trabalhar em funções que não me agradam.
Porque nao arrisco? Por falta de coragem; receio que as coisas não corram bem. A verdade é que mesmo que não tivesse corrido bem, eu não estava pior do que estou... E se tivesse dado certo?
- 4 legumes: espero que tenham propriedades anti rugas e anti queda do cabelo... Caso contrário, tem sido inútil os banhos que o J.M. me tem proporcionado!
Orgulhosa porque o vermelho da revolução veio, maioritariamente, de cravos e não de sangue.
Verdade que, nascendo já depois de 74, não sei realmente o que ganhei. Meus pais e meus avós sabem. Eu sempre pude falar o que queria, palpitar à vontade sobre política (sim palpitar pois não sei muito de política, mas parece-me que os políticos que temos também não sabem); sempre pude votar e sempre tive uma grande escolha de pessoas para eleger.
Tal como uma boa maioria das pessoas (a acreditar no nunero da abstenção) não concordo com as politiquices que se andam a fazer, mas não deixo de exercer esse direito/dever conquistado pelo 25 de Abril.
Talvez ainda exista em mim a esperança que um dia (não muito longínquo) os valores daqueles soldados de Abril vão ser atendidos pelos políticos (serão outros e não estes).
Depois de um mês, este fim de semana foi o meu fim de semana de folga. Agora o próximo é daqui por 7semanas.
Aproveitei para fazer coisas de que gosto e não fazia há muito tempo: cortei e pintei o cabelo (sim eu mesma); usei saltos altos e fui às compras. E pela primeira vez desde o nascimento do J.M. que comprei coisas para mim (uns ténis pois já não aguentava os saltos!)
Já tinha saudades de mudar o visual. Desde que soube da gravidez não voltei a pintar o cabelo e só o espuntava. Mas este sábado, quando me olhei ao espelho, reparei o quanto estava cansada da minha outra imagem.
Quanto aos saltos: foi uma desgraça! Já não estou habituada ( se me lembro que há um ano calçava sapatos com saltos de12cm como se de sapatilhas se tratasse e corria com eles... agora não aguento uns de 6cm...
A notícia de que a associação portuguesa de fertilidade vai ir às universidades e politécnicos sensibilizar para a necessidade de dadores de esperma e de óvulos, deixou algumas pessoas escandalizadas!
Isso fez-me lembrar, há uns anos atrás, um conjunto de pais que se opuseram fervorosamente, à ideia de à porta das escolas secundárias estar uma carrinha para os jovens fazerem testes rápidos de despistagem de doenças sexualmente transmissíveis.
Vejamos( e começando pelo segundo assunto): uma carrinha que iria sensibilizar para a importância de ter relações sexuais protegidas dava mau ambiente, desenquadrava-se do meio, MAS ter traficantes de droga( ou passadores ou lá o que é) à porta das escolas não dá mau ambiente; ter alunas a maquilharem-se na sala de aula, enquadra-se; que os jovens aproveitem os intervalos entre as aulas para consumir grandes quantidades de álcool, não é "chocante"... Até porque, mesmo que os pais pensem o contrário, nenhum adolescente é santo.
Sobre ir pedir dadores de óvulos/esperma às universidades... Começo por dizer que faz mais sentido nas universidades que em lares de terceira idade!
Para quem defende que os alunos só querem álcool e drogas, eu digo que tenho pena que seja essa a visão que se tem dos pré adultos deste país.
Curioso: os universitários não devem doar esperma e óvulos, devido à sua vida leviana, mas podem doar sangue...
E não é o consumo excessivo de determinados estupefacientes e álcool que leva a infertilidade? Então talvez seja boa ideia campanhas de sensibilização sobre fertilidade nas universidades e politécnicos.
Saliento que, apesar da notícia falar em campanhas num determinado espaço, na realidade serviu para chamar a atenção para uma realidade: faz falta dadores.
Termino, concluindo que é mais fácil encontrar velhos do Restelo do que pessoas com boa vontade.
Foi mais um lamento, que uma memória... Lamentei meu filho não te poder conhecer.
Sei que tinhas muito para lhe ensinar. Ele ia ficar uma pessoa melhor com o teu exemplo. E desconfio que não serei capaz de lhe transmitir tudo o que aprendi contigo.
Não sou capaz porque o que tenho para lhe ensinar são só palavras. O que eu aprendi contigo eram exemplos...
Mesmo assim, desejo que o meu filho não aprenda como eu aprendi. E muito menos como tu aprendeste (tu aprendeste? Confesso que ainda acho que tu já nasceste ensinada, que nasceste para nos ensinar! ).
Foi muito bom o tempo que nos disponibilizaste, mas a tua ausência dói muito mais do que uma mãe deseja que um filho sinta. E não quero que ele sofra o que tu sofreste, como os teus pais também não queriam.
Sim, sempre soube que sofrias. Sempre soube, mas também sabia que era tão difícil viver sem ti e o teu sorriso e essa vontade de viver, fazia-me sentir desculpada por este egoísmo.
Um dia vou explicar ao meu bebé que tu exististe e que foi contigo que eu aprendi a não ser preconceituosa. Foi contigo que aprendi a rir com a vida e a ser persistente.
Um dia... quando os olhos já não se humedecerem com o teu nome...
A funcionalidade do Facebook: "tuas memórias" fez-me lembrar uma frase, que é o meu lema de vida:
-Sou feliz pelo que tive,pelo que tenho e por aquilo que não tendo sei que sou capaz de conseguir. Não posso dizer que tenho tudo, mas não me falta nada do que é realmente importante!