Sobre os livros para meninos e meninas que a Porto Editora editou...
É uma conversa interessante e que tanta tinta já fez correr (e promete fazer mais, pois parece que já tem mais livros desse tipo á venda!). Li pouco sobre o assunto, mas mesmo assim li alguns comentários em noticias e postes do facebook de gente muito revoltada com a descriminação e principalmente com a falta de sensibilidade desta empresa para as questões de igualdade de género.
Eu sei que a minha opinião vale o que vale, mas aviso que não estou a fazer de advogada do diabo (na verdade pertenço aqueles que não concorda com o feito)...
Devemos, antes de mais lembrar que se trata de uma empresa e que o principal objectivo das empresas é o lucro (penso que não é novidade para ninguém); se esses livros se vendem, é obvio que a empresa não vai retira-los do mercado (o governo não pode mandar tirar, estamos numa democracia livre!).
Ponto dois: se a empresa os pós no mercado é porque sabe que há gente que os compra, ou seja, ha gente (e não é tão pouca assim) que educa as meninas de forma diferente dos meninos!
Outro ponto: não usem a desculpa da respondabilidade social, não argumentem que se trata de uma empresa vocacionada para a educação e que tem a responsabilidade de contribuir para a mudança das mentalidades, para a igualdade, etc,etc,etc... Um exemplo: A Mc D...... também é uma empresa maioritariamente frequentada por jovens, e adolescentes e nem por isso deixa de vender comida cheia de gordura, sal e açucares... (ah, mas não estamos a falar do mesmo... sim estamos: estamos a falar da responsabilidade social das empresas para uma sociedade melhor)
Por ultimo, mas na minha opinião o mais importante: a Porto Editora criou livros para meninos e meninas, mas não obrigou ninguém a comprar os livros de menimos para meninos e de meninas para meninas.
Pais, avós porque não oferecem o livro das meninas aos vossos netos? E aproveitem para os acompanharem enquanto eles desempenham as tarefas lá indicadas. Façam o mesmo em relação aos livros dos meninos com as meninas.
A educcação para a igualdade de géneros passa também por aí. Ensinar ás crianças a brincar com tudo, a fazer de tudo. As meninas também gostam de carros de corrida e os meninos também gostam de carrinhos de nenuco.
Somos nós que temos de ensinar às nossas crianças a importancia da igualdade entre generos e temos de o fazer desde sempre, desde o inicio da sua existência (é bem mais facil logo desde o inicio do que quando tem 10 anos. Nessa altura, ja passaram a vida a brincar com determinado brinquedo e a serem proibidos de brincar com outros, vai ser mais dificil assimilarem que tem direito ás mesmas oportunidades e a desempenhar as mesmas funções.).
E somos Nós, não as empresas que fazem livros infantis, não a escola, não os outros. Nós é que devemos ser responsaveis pelo que é nosso.
Já pensei escrever sobre isto várias vezes. Acabei sempre por desistir. Não gosto de falar sobre isto!
No entanto, é o tema do momento. Depois de ler um post num blogue sobre a demência, decidi partilhar a minha opinião.
As palavras que me marcaram no blogue foram estas: a minha avó tem demência, mas ainda se lembra de nós. Nem quero imaginar se fosse alzheimer e ela não soubesse quem somos! (Não trancrevi)
A minha Ana tinha alzheimer. Foi duro. Nem sempre lidei bem com isso.
Na altura estava a entrar na adolescência e não queria acreditar que essa doença não tem cura, que aquela pessoa nunca mais se iria lembrar de mim. Também não sabia como é cuidar de alguém, que na verdade devia estar a cuidar de nós.
Piorou pois tivemos de a tirar da casa dela e ela não sabia quem éramos. Para ela éramos os monstros que a afastamos dos filhos (já bem crescidos) e do marido (que se recusou a acompanha-la).
Passamos vários meses com medo que ela nos fugisse. Com visitas frequentes dos vizinhos, pois ela tinha dias de gritar 24 horas seguidas (e os vizinhos achavam que a tratavamos mal). Dormia-mos mal, comíamos mal... Foi difícil (mas para ela talvez tenha sido mais)
Depois caiu, deu-lhe um AVC e repetiu logo a seguir. Uma grande percentagem de pessoas morre quando isso acontece, mas ela era uma mulher dura!
Deixou de andar e a partir dali foi ver a sua degradação, até ficar num estado quase vegetativo...
Durante este tempo era uma alegria tão grande quando ela chamava uma de nós pelo nome!
Foram 10 anos. Os últimos 3 anos não falava. Os últimos 3 dias não comeu.
A minha mãe optou por não a internar. Mas foi muito desgastante e doloroso para ela.
Não há apoios suficientes para quem tem a sua responsabilidade alguém demente.
Eu sou capaz de pedir, às entidades competentes, apoio psicológico para as pessoas que têm doentes a seu cargo. (e se não for pedir muito) Que esse apoio esteja disponível nas unidades de saúde locais e de preferência com um profissional que esteja presente mais que um dia por mês!
Eu costumo dizer que o alzheimer é pior que um cancro. E já explico: não tem cura, corrói a mente e o corpo, na maioria das vezes, muito lentamente. O cancro tem aquela esperança de ter cura...
Sim, a minha melhor amiga, mais antiga, é lésbica.
Não estou a fazer publicidade (pode parecer, mas não é!).
Quem realmente a conhece sabe e ela já passou a fase de tentar disfarcar. Felizmente, está na fase do: " desde que esteja feliz o resto é resto!"
Lembrei-me dela, como me lembro de outras pessoas que eu estou grata por ter, ou por ter tido, na minha vida.
Esta amiga é a pessoa que melhor me conhece. Que sabe bem que eu sou daquelas pessoas que "quando se mexe , consegue", mas faz falta sempre um grande empurrão para me fazer mexer
Quando faleceu "a minha menina ", ela foi a única pessoa que me disse o que eu precisava ouvir, foi a única que não me acusou de ignorância, egoísmo... Foi a única pessoa que compreendeu que eu tinha acabado de perder uma pessoa muito especial, tinha perdido por isso precisava de fazer o luto e de alguém para me apoiar!
Sempre estimei muito a sua amizade. A única vez que realmente fiquei muito triste com ela, foi quando EU descobri que ela tinha uma namorada (sim porque eu também a conhecia tão bem) e lhe perguntei, ela não só o negou como inventou uma mentira que não fazia nenhum sentido.
Eu não só sabia a verdade, como sabia já a tempo suficiente para, naquele dia, aceitar a sua confirmação com naturalidade.
Foram duas semanas estranhas. Eu não sabia o que fazer, mas depois lembrei me que ela não ia deixar de ser a pessoa fantástica que é. Eu só tinha 2 opções: ou aceitava, algo que não me iria prejudicar, ou perdia a amizade dela. Obviamente fiz a escolha mais inteligente.
Mais tarde quando ela se assumiu eu até brinquei com isso. Mas quando amigos em comum questionaram a minha atitude eu não fui meiga. Para mim, toda e qualquer forma de amor é algo natural, antinatura é tanta coisa, mas não isto!
Esta amiga, que vive em Portugal, mas a uns 600 a 700 km de mim, envia -me mensagens de motivação pessoal no dia do Seu aniversário 😊. No entanto, vejo-a menos vezes, do que vejo outra amiga que vive no Canadá.
Eu tenho uma amiga que é das pessoas mais maravilhosas que eu conheço!
Quer dizer, sobre o Salvador até não tenho nada a dizer; mas sobre os pseudo-jornalistas...
É impressionante o que hoje se faz para vender informação. Sim informação, a grande maioria das coisas publicadas não são noticias, são informação.
Mas, tal como alguém defendeu num artigo de opinião, especular sobre o tempo de vida de alguém é fora do socialmente aceitável. É horroroso!
Eu sei, por experiência,que a ciência também falha. E principalmente, sei que o amor é o mais eficiente suporte de vida (principalmente quando a ciência não pode fazer mais nada).
Também sei que o melhor é, os senhores jornalistas que inventaram uma validade para o Salvador, não morderem a língua, pois correm o risco de morrerem envenenados!
Em relação ao Salvador, não o conheço, mas é alguém cheio de força! Afinal, nada, nenhuma limitação o impediu de alcançar os seus objectivos e de chegar onde poucos chegaram.
Querem falar do Salvador? Querem falar de outras pessoas com limitações? Falem! Mas em primeiro lembrem-se que ele (e outros como ele) não ficaram em casa só porque tinham uma dor de cabeça! Antes de falar pensem de quantas coisas desistiram por ser difícil?
Engraçado o título... Parece o desabafo de uma criança de 6 anos.
Na verdade é o desabafo de uma criança, com 31 anos, mas que já teve 6.
O tio João é o meu tio que sempre o foi.
Foi o tio que nos levou à praia a primeira vez. Foi o tio que nos deu a única bicicleta que tivemos, as bonecas que falavam e andavam, o primeiro peluche (aquele com que dormia-mos!), deu -nos o rádio para cassetes e a mochila da escola primária (só tivemos uma que deu para os 4 anos e que ainda está em muito bom estado!),dava-nos balões nas festas do concelho!
O tio João nunca ia embora sem nos perguntar:" que quereis para o próximo ano?" E sempre trouxe o que lhe pedimos.
O tio João... adoeceu e admirou -se com a nossa preocupação.
Caminhas para a autonomia. Eu tenho medo. Parece que não tenho tempo para me habituar ao teu crescimento (é tudo muito rápido!). Mas quero que cresças e sejas um bom humano. Eu prometo tudo fazer para ter tempo para ver o teu crescimento!
Obrigadomeu amor, por me fazeres crescer, por tornares a minha vida tão especial!