Uma medida tão desejada por uns, e por outros temida.
(Eu estou no grupo dos que a teme, principalmente depois das notícias que dão conta dos estragos que o vírus faz a nível cardíaco e neurológico (logo 2 pontos que eu tenho debilitado)).
Compreendo a necessidade de reabrir a economia (sim a economia, porque a sociedade, vai continuar "fechada"). É urgente voltar a produzir, vender, voltar a receber ordenados... É urgente voltar ao ativo e voltar a fazer coisas úteis!
A economia precisa que saíamos de casa, a maioria das pessoas precisa de ganhar dinheiro para sobrevivência das famílias e o estado precisa de gente e empresas a trabalhar e a pagar impostos.
Se o fim da quarenta já vem tarde para a economia, parece que vem muito cedo para a saúde.
Fico com dúvidas do que vai acontecer às nossas, "tão boas", taxas em relação ao desenvolvimento do covid-19...
Temos hospitais de campanha, e ventiladores disponíveis, mas será que temos profissionais suficientes?
Será que não vamos facilitar o contágio com os grupos de risco? Será que vamos conseguir manter a mortalidade tão baixa? Será que vamos conseguir auxiliar os doentes covid-19 e não covid com qualidade e em segurança?
Será que não vamos estar a colocar profissionais de serviços (lojas, restaurantes, cabeleireiros) em risco?
Digo isso porque não é fácil comer com máscara, assim como fazer o buço, ou cortar o cabelo a 2 metros de distância!
Já há datas para voltar ao trabalho, às rotinas de que tanto nos queixavamos e que tanto tempo nos roubavam, mas das quais estamos cheios de saudades.
No entanto, ainda não sabemos quando vamos voltar a beijar os nossos pais ou avós, quando vamos poder abraçar o irmão que tem asma ou o sobrinho que nasceu com problemas respiratórios...
Ontem, quando o mais novo acordou da sesta, a madrinha estava em vídeo chamada.
Mal acordou perguntei se queria ver a madrinha.
Ele respondeu que sim com um sorriso enorme, mas quando chegou à varanda e viu o telemóvel, começou a chorar. Até ele já está cheio de ver os outros dentro de uma máquina 😳
Não é que parece que "vamos" festejar o 25 de Abril e o 1 de Maio?
A data vai ser assinalada na assembleia da república.
Que bonito!
Outracoisa interessante foi saber que este vírus até é "bonzinho" que podia ser pior (estamos gratos por isso) e que não se deve de deixar a população toda confinada. A sugestão foi deixar os velhinhos confinados, isolados (asilados) e o resto da população seguir a sua vida!
A sério? Por momentos pensei que este bicho nos estava a lembrar da importância da família...
Posso concordar com aqueles que dizem/ defendem que não estamos perante uma ameaça tremendamente mortal, ou que aglomerar um número restrito de pessoas num determinado espaço não é assim tão grave.
Sim, se ler os números tenho de dar razão a essas pessoas, porque essa é a verdade numérica!
Mas sabem, tentem explicar a bondade do vírus aos velhinhos de todos os lares (asilos) infectados/afectados por ele. Expliquem a todos os que perderam o pai, irmão, mãe tio ou tia e não se poderam despedir.
Para ser mais especifica: expliquem aos pais, irmãos , primos tios, avós, vizinhos, amigos, colegas e professores da menina de 13 anos, que está a ser sepultada. Expliquem que o vírus é "bonzinho" e que não é razão suficiente para não se assinalar datas tão importantes para a democracia...
Andamos todos a olhar para o lado errado. Talvez as pessoas sejam mais importantes que os números.
Talvez os enfermeiros, médicos e outros técnicos de saúde sejam mais importantes do que as máquinas...
As redes sociais dizem que hoje é o dia dos filhos.
Para mim, hoje é o dia do meu pai.
Hoje ele completa mais um aniversário. Este tão diferente dos outros. Um aniversário sem um beijo, ou um abraço. Um aniversário com os netos a cantarem os parabéns de longe.
Pai desejo muito que para o ano este dia seja cheio de alegria, abraços e beijos e o bolo que os pequenos reclamaram por eu não fazer.