Racismo
Há uns anos namorei um mestiço/molato.
Nunca me pareceu um indivíduo solitário, ou com falta de amor próprio.
Era um rapaz muito bonito, de cor café com leite e olhos verdes, mas o que eu mais gostava eram os cachos do cabelo.
Tinha um grande grupo de amigos, tinha o seu emprego e era um bom funcionário.
Quando o conheci melhor descubri um jovem adulto cheio de inseguranças e pouca auto estima.
Ele era descriminado. Ele sentia que tinha de fazer mais para ter as mesmas oportunidades que os outros.
Hoje falamos tanto no racismo. Vemos pessoas a apelar à igualdade, ao respeito por pessoas de outras raças, cores ou religião.
Se observar-mos bem , tudo isto se desencadeou devido a um episódio de violência e desrespeito pela vida do próximo.
Hoje, sinto me insegura e sou branca.
Parece me que temos de acabar com alguns comportamentos. Entender que o principal problema é a violência; entender que a única solução é o respeito.
Vejo vingança, vejo revolta, vejo oportunismo.
Falta respeito. Falta ensinar a nova geração a olhar para pessoas, seres humanos, sem estereótipos, sem títulos...
Não vamos ensinar os nossos filhos a brincar com pretos, doentes, deficientes ou aleijados. Temos de os ensinar a brincar com todas as crianças. Porque os outros são só crianças.