Aquele trauma de 2.5 anos a procurar trabalho e a ouvir um pouco de tudo só para justificar a não contratação....
Hoje estava a lavar os dentes, em cima da hora para voltar ao trabalho. O telemóvel toca, um número que não conheço (e que atendo porque pode ser da escola ou do hospital).
É da empresa que me candidatei para uma vaga de trabalho remoto em part-time.
Fico feliz, pois quando enviei a candidatura, troquei os curriculos e enviei um antigo (o que me deixou a pensar que tinha perdido a oportunidade!)
Então depois das cordialidades, fico a saber que só me ligaram para me informar que eu não tenho experiência necessária para a vaga!
Voltou aquele nervoso miudinho de quando ia a entrevistas.
Depois de me acalmar fiquei a pensar: fazia mesmo falta ligarem? Era assim tão necessário informarem me disso?
Cheguei atrasada ao meu trabalho e novamente aquela sensação de que não me encaixo em lado nenhum...
A Farrusca, a varicela no mais velho e a decisão difícil com o Lucky.
O Lucky adoptou-me à 9 anos (como aliás ele faz com tudo!). Mesmo nos dias em que não ia caminhar com o "dono" dele, ele dava uma corridinha extra só para me vir cumprimentar.
Quando o J.M. nasceu ele era o seu guardião, não deixando ninguém tira-lo de casa, inspecionando qualquer pessoa que saísse a porta para garantir que ninguém o levava, perseguindo qualquer pessoa que o tirasse de casa! Ele amparou-o nos primeiros passos, foi o fiel companheiro de brincadeiras...
Quando nasceu o L.D. ele olhou-nos com a expressão: "Outro? Porquê? Para quê?" Mesmo assim era o seu guardião, apesar de a idade ser outra e a paciência também.
Quando a panda veio para nossa casa com 2 meses ele adoptou-a e cuidou dela como se fosse sua mãe. Mimou-a tanto que a cadela está convencida que ele é seu pagem!
Por fim apareceu a Riscas, tinha somente 3 semanas e ele foi a sua mãe, cuidando dela e transportando-a na boca para que a bichana nunca estivesse sozinha.
Quando a Riscas veio o Lucky já demonstrava as marcas de uma juventude de muitas maluquices.
Agora já não esconde que está doente. E a veterinária diz que não há muito a fazer.
Temos de escolher o que vamos fazer com o Lucky, mas infelizmente ele não terá a sorte da Farrusca, que apesar de todas as mazelas da idade, não estava a sofrer.
O Lucky está a sofrer.
E a decisão fica muito mais difícil quando ouço os meus filhos:
"- Panda, nos vamos embora! Porta te bem e cuida da Riscas...