Barulho
Tem silêncios com o peso da solidão,
E a cor do crepúsculo.
Silêncios cheios de barulho,
De medo, de gelo.
Barulhos invisíveis,
Mais secretos que o próprio segredo.
Tem silêncios que abalam
Como terramotos barulhentos.
Silêncios que falam, que cantam,
Que não permitem esquecer.
Silêncios que cobrem, que escondem;
Que tapam os olhos
E não deixam ver.
Tem silêncios no vento,
Na luz do sol,
No som do mar
Que nos obrigam a ouvir
O barulho das feridas
Que o silêncio não deixa curar!