Emigrante
Não sou filha de emigrantes
Sou sobrinha, afilhada, prima, amiga...
Somos um povo de descobertas. Está no sangue dos portugueses serem do mundo. Não é por acaso que somos a única língua onde existe a palavra SAUDADE.
Saudade foi o que eu aprendi a sentir desde muito pequena e foi o que aprendi a ver nos olhos dos meus avós, tios, primos, pais e irmã...
Ver os olhos brilhantes no primeiro dia de Agosto. Vê-los húmidos na última semana.
Agora é tudo diferente. As viagens já duram meia dúzia de horas ou menos. Já se aproveitam fins de semana prolongados e voos low cost. As distâncias deixaram de se medir em kilometros, para se medirem em minutos de voo e actualmente em cliques.
Mas as Saudades... essas malditas saudades, continuam a ser iguais.
Hoje lembro o que minha avó segredava ao ouvido do filho cada final de Agosto... e faço minhas essas palavras: "Que a Sra dos Milagres vá contigo e te faça voltar! "
Boa viagem!