Querem mesmo ser uteis? Denunciem, eduquem, ensinem...
Vamos continuar a reagir? Vamos continuar a contar vítimas? Vamos continuar a homenagear?
Não será melhor agir, antecipar, denunciar, ajudar?
Há pessoas a serem agredidas em espaços publicos, cheios de gente. O que aconteceu: a vítima levou e os transeuntes olharam e viraram a cara para o lado.
Morreram mulheres em frente a espaço publicos e ninguem evitou...
Vamos continuar com minutos de silêncio e barulho, mas sem sair do nosso conforto!
Está a circular um vídeo onde um indivíduo agride uma mulher grávida.
Apesar de, segundo as notícias, ser graças ao vídeo que se "fez" a denúncia de violência doméstica (parece que a vítima não disse o que tinha acontecido quando entrou no hospital!); muita gente (incluindo eu) pergunta-se porque o indivíduo não largou o telemóvel e foi socorrer a senhora...
Este episódio fez-me lembrar outro que eu presenciei.
Tinha uns 14 anos e estava com a minha mae a passar no jardim em frente aos correios aqui do concelho. Estava em frente à instituição um grupo de pessoas em roda.
Fomos curiosas e espreitamos: no centro do grupo um indivíduo batia na mulher. À volta, um grupo, maioritariamente masculino, assistia ao espectáculo. Ninguém fez nada.
Lembrei-me de atravessar a barreira de espectadores. Estava cheia de vontade de bater no homem.
A minha mãe agarrou-me pelo braço e quando eu lhe perguntei se não íamos fazer nada ela respondeu: "Não. Não é nada connosco!"
Verdade. Há 18 anos a violência doméstica era desvalorizada; caricaturizada...
Do outro lado do jardim está o posto da GNR, mas acredito que ninguém viu, mesmo que tivessem visto era um assunto entre marido e mulher.
Hoje em dia, em muitos sítios, entre marido e mulher ainda não se mete a colher!
As pessoas falam, comentam, revoltam-se, mas fazer alguma coisa? Não, isso não! Afinal se ela ou ele (vítimas ) não fazem nada porque vão fazer os outros?